Contando da saudade

Pra começar, a lua está linda demais.
Sempre opto por escrever no meu quarto, debaixo das cobertas quentes, mundo fechado e música alta. Mas hoje, vim parar aqui. Frente a frente com a lua, recebendo esse vento fresco, deitada nesse sofá improvisado e cheio de poeira, acompanhada de Teca, que já está dormindo, para variar.
Talvez o motivo de estar aqui, é saber que a rua de baixo é também o caminho da sua casa. E mesmo sabendo que você não irá passar agora, e talvez, nem hoje, sentei aqui pra vê se consigo tirar você dos pensamentos.
Ah, eu não te contei, né cara? Não te contei, mas ontem eu estava aqui nesse mesmo lugar te esperando passar. Te esperei tanto que até cochilei, imaginando nós dois. Sei bem, foi a coisa mais ridícula que fiz nessa semana, e talvez até da vida. Porém, não deixa de ser a mais pura verdade.
Para ser sincera, não costumo admitir as coisas sobre mim, muito menos das coisas que ando pensando, mas eu tô com uma saudade tão grande de você... Tão grande que você nem imagina o tamanho (e nem eu imagina que chegaria a esse ponto). Uma saudade misturada com uma vontade incontrolável de olhar nos seus olhos, de pegar na sua mão e sentir aquela pitadinha de vergonha quando percebo que você esqueceu seus olhos sobre mim. E isso me faz perder completamente o bom senso, me fazendo te desejar ainda mais.
Adicionando nessa mistura também, a tudo o que ando querendo te contar em segredo e tudo o que quero ouvir de você.

Estou falando sozinha com esse papel aqui tranquila, mas a lua parece saber de tudo o que ando sentindo e suspirando, parece até que também sente sua falta. Mas já me sinto próxima de você só por saber que a mesma lua que me ilumina agora, também está te iluminando.
Você.
Saudade.
Vontade.
Passe aqui na frente da minha varanda, cara! Prometo que você não me verá... Me esconderei atrás do jardim ou atrás de qualquer coisa, só quero te ver passar. Só quero matar essa saudade.